FARAÓ: HINO DO CARNAVAL


Foto : Wikipédia


Faraó (Divindade do Egito) é uma canção lançada por Margareth Menezes e Djalma Oliveira, e marcada pela banda Olodum em seus ensaios e no carnaval no ano 1987. Composto por Luciano Gomes, a canção foi o primeiro samba-reggae gravado no Brasil.

Fato este que é um verdadeiro marco para música baiana e brasileira, pois trouxetrouxe notor para a música afro no carnaval de Salvador, e para o povo negro que começa a se ver representado por blocos que não excluíam negros de participarem da folia, coisa que era comum nesse período.

Djalma Oliveira vendo o potencial da canção largou os compromissos como produtor, e foi atrás do compositor Luciano Gomes. Convidou a cantora iniciante, Margareth Menezes para gravar a música no estúdio WR, o maior da época. Margareth deixou sua voz eternizada nesse hino do nosso carnaval que alavancou sua carreira de sucesso até os dias de hoje.

Vejamos a letra:
“Deuses, divindade infinita do universo.
Predominante esquema mitológico.
A ênfase do espírito original, Shu,
formará no Éden o Ovo Cósmico.
A emersão, nem Osíris sabe como aconteceu.
A emersão, nem Osíris sabe como aconteceu.
A ordem, ou submissão do olho seu,
transformou-se na verdadeira humanidade.
Epopéia do Código de Geb.
E Nut gerou as estrelas.
Osíris proclamou matrimônio com Ísis
e o mau Seth, irado, o assassinou, em Empera Há.
Hórus, levando avante a vingança do pai,
derrotando o império do mau Seth,
o grito da vitória é que nos satisfaz.
Cadê? Tutankâmon
Ei Gizé
Akhaenaton
Ei Gizé
Tutankâmon
Ei Gizé
Akhaenaton
Eu Falei Faraó
Êeeee Faraó
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeee Faraó
Pirâmide a base do Egito
Êeeee Faraó
É eu clamo Olodum rebentão
Êeeee Faraó
Batendo na palma da mão
Que mara-mara-mara
Maravilha-ê
Egito, Egito Ê
Que mara-mara-mara
Maravilha-ê
Egito, Egito Ê
Faraó-ó. Ó-ó-ó
Faraó-ó. Ó-ó-ó
Pelourinho, uma pequena comunidade
que porém o Olodum unira, em laços de confraternidade.
Despertai-vos para a cultura egípcia no Brasil:
em vez de cabelos trançados, veremos turbantes de Tutankâmon.
E as cabeças se enchem de liberdade.
O povo negro pede igualdade
deixando de lado as separações.
Cadê? Tutankâmon
Ei Gizé
Akhaenaton
Ei Gizé
Tutankâmon
Ei Gizé
Akhaenaton
Eu Falei Faraó
Êeeee Faraó
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeee Faraó
Pirâmide a base do Egito
Êeeee Faraó
É eu clamo Olodum rebentão
Êeeee Faraó
Batendo na palma da mão
Que mara-mara-mara
Maravilha-ê
Egito, Egito Ê
Que mara-mara-mara
Maravilha-ê
Egito, Egito Ê
Faraó-ó. Ó-ó-ó
Faraó-ó. Ó-ó-ó”.



Foto: YouTube

Faraó é uma música que veio do povo para o rádio vindo na contramão da maioria das músicas de sua época, os foliões dos ensaios do Olodum adoraram a harmonia entre a bateria do mestre Neguinho do Samba e a letra que apesar de ser difícil tem um refrão forte, que fez e faz até hoje o chão da avenida tremer quando tocada.

Cena do carnaval do “Faraó”, 1987


Faraó tem grande importância para a indústria fonográfica brasileira. Traduzindo em números a canção vendeu mais de 100 mil cópias, que foi um grande passo para a música baiana, a ascensã nacional que ficou evidenciado na década de 1990, quando o axé music foi o estilo musical mais rentável do período.

O Olodum teve crescimento estrondoso no Brasil e em todo o mundo, fazendo apresentações em vários países e ganhando o reconhecimento de artistas como Paul Simon, Michael Jackson, entre outros grandes artistas da música internacional, isso se deve em grande parte pelo espaço ganho no cenário musical que Faraó deu ao Olodum.




 Michael Jackson gravando videoclipe no Pelourinho com integrantes do Olodum em 1996

Apesar do axé está passando por uma crise por falta de inovações no movimento, que vem ano após ano perdendo espaço no carnaval para estilos musicais de fora como o sertanejo e o funk, Faraó continua forte, pois traz a qualidade musical da música baiana e traz um gosto de nostalgia e orgulho para o povo. Espera-se que essa canção jamais perca sua essência e que novos artistas tragam inovações na música baiana para valorizar ainda mais a cultura.
                                                                                  



                                                                                            Postado por: Marcus Cruz

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Autor Marcus cruz

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