"RIMA DE ESQUINA, ENTÃO: PEGA VISÃO"

Foto: Facebook


Inspirados e cheios de vontade de fazer a diferença, um grupo de jovens de origem periférica, encontra na arte e na cultura hip hop uma forma de lutar contra o medo, o descaso e a violência que oprimem a juventude. Surge assim, em 2015, no bairro do Novo Horizonte o PEGA VISÃO, jovens  que encontram  na escrita seu grito de resistência. Entre os seus idealizadores estão os rappers Kayo Sipra, Jasf, Aedo e Kush e hoje contam com muitos outros participantes.

Destilando muito free style (rimas improvisadas) e boas batidas no beat box (batidas  feitas com a boca) o grupo organiza rimas de esquina, que são batalhas de rimas que acontecem quizenalmente em um ponto de encontro na entrada do bairro Novo Horizonte, mas que reúne hoje jovens de outros bairros como Sussuarana, Cabula e  Pernambués. Nesses encontros, compartilham suas vivências, sonhos, alegrias e tristezas utilizando o rap e a poesia como forma de expressão.




 Na foto Kayo Sipra, Coiote, Wiser, Kush, Alex, Side, JhonTel e Fabrício

“A juventude começou a se abraçar mais, a ver a vida como algo mais importante”,  conta Sipra, rapper e um dos idealizadores do PEGA VISÃO.

Sipra, é morador do bairro há quase dezoito anos, e junto com alguns amigos criou em 2009 uma banda de rap chamada,  Aliança Periférica.  Alguns anos depois conheceu Aedo, Kush e  Jasf, integrante da banda de rap, Os Agentes,e foi daí que partiu a ideia de criar as batalhas nas esquinas, que serviriam pra chamar a atenção dos jovens e , mostrar através do rap, uma nova perspectiva que ajudasse a afastar os jovens da criminalidade.

Porém, infelizmente, como abordada em algumas rimas, a violência que maltrata e oprime as periferias, já transformou em vítimas “alguns  jovens que até pensavam em ter um futuro com a escrita, e não estão nem aqui mais”, lamenta Sipra.


Foto: Facebook

A INSPIRAÇÃO

Que essa galera está servindo de inspiração a gente já percebeu. Mas, e o que inspirou essa galera?

Kush conta que, o que motivou o movimento foi uma oficina de escrita realizada no CEPAH pelo projeto Boca de Brasa, que leva música, teatro e poesia aos bairros de Salvador.
Quando indagado sobre a escolha do nome “PEGA VISÃO”, Kush diz que foram sugeridos diversos nomes, mas que “esse  nome vem de uma coisa que a rua sempre fala, a gente sempre  tem que pegar a visão, nunca pode boiar, e é pegando a visão que a gente luta contra o sistema”.

Tentando  sobreviver em meio ao desemprego que atinge o país, o coletivo leva suas mensagens e suas criações de rimas ricas e muito protesto  aos transportes coletivos  de Salvador como forma de trabalho e resistência.

PEGANDO A VISÃO

E você leitor, vai pegando a visão daí. As batalhas acontecem duas vezes por mês na entrada do bairro Novo Horizonte e  o próximo evento ocorrerá nesta sexta-feira dia 7.

Leve seu trabalho, afie seu improviso, se expresse ou simplesmente prestigie esses talentos que surgem expirando inspiração.


SERVIÇO
O QUE: Batalha do Pega
QUANDO: 7 de setembro
HORÁRIO- 18h30
ONDE: Entrada do Novo Horizonte, em frente ao Mercadão
ENTRADA: Gratuita
QUE MAIS: Inscrições para MC’s no local (chegar cedo)




Postado por: Neia Carolina






                                                                            




















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Autor Neia Carol

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2 comentários:

  1. Gostei muito! O texto está muito bem escrito, envolvente e sobre um tema que tá bombando agora. Pegou a visão legal... ;)

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  2. Gostei muito! O texto está muito bem escrito, envolvente e sobre um tema que tá bombando agora. Pegou a visão legal... ;)

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