Pôster de 'Vingadores: Guerra Infinita'
(Foto: Divulgação/Marvel)
O Cinema, assim como outras artes, é formado por
fases. Tivemos a dos filmes mudos, dos faroestes, dos musicais, entre
outras. Atualmente, os longas-metragens de super-heróis são os destaques – os
fãs aguardam ansiosamente o lançamento de uma nova produção focada em arcos
clássicos dos quadrinhos. Para alguns, essas narrativas não passam de puro
entretenimento, já para outros, vai muito além, mas, independentemente do grupo
ao qual você pertence (ou se prefere Marvel ou DC), uma coisa não podemos
negar: esse gênero é um dos mais populares da atualidade.
Anualmente são lançados vários filmes de
super-heróis, e o orçamento que é feito para levar ainda mais qualidade, tanto
visual, quanto de roteiro, para o público, aumenta a cada nova produção –
e o retorno de todo esse investimento não deixa a desejar. Dominando o topo da
bilheteria mundial de 2018 (até o momento) estão dois dos principais títulos
desse universo: em segundo lugar está o longa Pantera Negra com arrecadação total de US$ 1,344 bilhão; Vingadores: Guerra Infinita ocupa o
primeiro lugar com arrecadação total de US$ 2,046 bilhões. Esses
números conseguem comprovar algumas coisas, entre elas o lucro gigantesco das
produtoras e como essas produções conseguem agradar o público, destacando ainda
mais a sua popularidade.
Além disso, ao apostar em tramas que abordam questões
como cultura africana e representatividade negra e feminina, o gênero ganha
mais atenção, despertando a curiosidade de pessoas que em outras circunstâncias
não iriam gastar dinheiro com o ingresso. Pantera
Negra e Mulher-Maravilha são
películas que já podem ser consideradas grandes marcos dessa Era do Cinema, a primeira por apresentar uma narrativa repleta de simbolismos e referências ao continente
africano e à sua cultura – e por contar com um elenco majoritariamente negro.
Já a segunda ganha a sua importância ao focar o roteiro no desenvolvimento de
uma protagonista feminina incrível.
Cena icônica em que a Diana
Prince (Gal Gadot) sai das trincheiras e conquista o No Man's Land (Terra de Nenhum
Homem) em 'Mulher-Maravilha'. (Crédito: Pinterest).
No entanto, ao estudar a sétima arte,
conseguimos identificar um padrão: boa parte das suas fases tem um período de
ascensão e declínio, foi assim com os faroestes, com os musicais e está
acontecendo também com as comédias românticas. Ao fazer essa análise passei a
me perguntar se aconteceria o mesmo com a Era dos filmes de super-heróis: "será
que ela acabará um dia?"
Carioca, cinéfilo, co-fundador e editor-chefe do
site Feededigno, Guto Souza acredita que não. “Todos gostam de
super-heróis, principalmente as crianças, acho que eles irão se renovando de
público. Os mais velhos podem ir enjoando enquanto os mais novos vão crescendo
com os filmes”, diz. Mas para isso acontecer ele fala que é necessário que
grandes estúdios como a Marvel – que
tem o plano de manter o seu universo cinematográfico por mais dez anos –
acompanhem as mudanças tecnológicas, de perfil do público e, principalmente,
“se desprender das HQs para criar novos arcos”.
Já a gaúcha Stephanie Espindola, 26, formada em Relações Públicas, co-fundadora do site Conteúdo Digital e também colaboradora do site citado anteriormente, acha que a popularidade desses filmes vai diminuir
bastante nos próximos anos, mas não sabe dizer se vai acabar ou não. “Assim como foi
crescendo até chegar nesse estopim, acho que a tendência é gradativamente as
pessoas enjoarem”, diz.
São vários os fatores que precisam ser
analisados para se chegar a uma conclusão. Uma obra cinematográfica do tamanho
de Vingadores, por exemplo, envolve várias pessoas, de diretores e roteirista a
figurantes, e todo o processo que ocorre antes do produto final chegar às telas
é muito complexo. Por conta disso, o resultado esperado pela equipe é sempre
positivo, claro. No entanto, isso nem sempre acontece. Batman Vs Superman: A Origem da Justiça, dirigido pelo Zack Snyder, não conseguiu agradar
muito os críticos e dividiu os fãs, entretanto, a bilheteria do longa foi uma das
maiores do Universo Estendido DC, US$ 862
milhões para ser mais exato.
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Sob essa perspectiva, fica claro como, mesmo
quando o roteirista toma atitudes questionáveis, outros aspectos ainda conseguem
levar muitas pessoas às salas de cinema. Ou seja, tudo isso só afirma ainda
mais a popularidade dos super-heróis na sétima arte. Sim, é difícil mensurar
esse sucesso no futuro, mesmo que em curto prazo, ou até mesmo se essa Era terá o seu fim, todavia acredito que os escritores e diretores ainda têm muitas
histórias sobre deuses nórdicos, espiões, guerreiras amazonas, kryptonianos, mutantes, justiceiros, playboys filantropos e reis para
contar.
Por Edvaldo Sales
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