Por: Matheus Santos
Reprodução: Matheus Santos / JornaLab
A Confederação Brasileira
de Futebol teve seus três últimos presidentes afastados do futebol por
corrupção, em um período de apenas sete anos, o que retrata o segmento do nosso principal esporte.
O primeiro, Ricardo
Teixeira, foi dirigente da entidade por 23 anos (1989 a 2012), as acusações são
de receber ou comandar divisão de propina ligada a venda dos direitos de
transmissão dos jogos, ele é réu ou investigado em quatro países, na
investigação Suíça ele é acusado de ter recebido 45 milhões de reais em
subornos, na Espanha é suspeito de que faça parte de uma organização criminosa
internacional que lavava dinheiro de comissões ligadas à organização de jogos
da seleção, nos EUA, ele teria recebido grana e vários “mimos” para votar no
Qatar como sede da Copa em 2022, assim prejudicando os Estados Unidos.
O seu sucessor José Maria
Marin, o presidente do 7 a 1 foi preso em maio de 2015 em um hotel na Suíça com
outros vários dirigentes, o FBI o acusa de ter recebido propina no esquema de
venda de direitos de transmissão de competições, Marco Polo del Nero ao saber
que seu antecessor havia sido preso, abandonou às pressas o hotel em Zurique e
tomou o primeiro avião para o Rio de Janeiro, em agosto desse ano Marin teve
sentença comprovada e cumprirá quatro anos de prisão.
Marco Polo del Nero foi
banido de qualquer atividade do futebol, investigado pela FIFA, e teve indiciamento
pedido em um relatório paralelo da CPI do Futebol encaminhado ao STF, é também
acusado pelo FBI no mesmo processo que investiga Teixeira e prendeu Marin. Nem
se quer pode sair do país, pelo receio de ser preso nessa investigação
“Tem lugar mais seguro que o Brasil? Qual é o
lugar? Vou fugir de quê? Se aqui não sou acusado de nada? Você sabe que tudo
que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou dizendo se fiz ou
não”, declarou o próprio Teixeira à Folha de São Paulo no
ano passado.
O mais impactante é que o
processo eleitoral da entidade nesse ano ocorreu com a mesma falta de
transparências e regras antidemocráticas. O atual presidente da CBF, Rogério
Caboclo, foi escolhido em reuniões com dirigentes de federações em uma sala de
hotel do Rio de Janeiro, sem presença de nenhum clube, sem apuração pública, em
uma articulação feita por um dirigente que foi banido de toda atividade do
futebol.
Rogério Caboclo (ex-diretor
executivo da entidade) foi uma escolha pessoal de Marco Polo Del Nero
(ex-presidente da CBF).
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