O EX-JUIZ WITZEL É A LEI

Esta semana foi notícia nos jornais e mídias de todo país a declaração do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de que já estava em vigor uma promessa sua de campanha, a de utilizar atiradores de elite na Polícia do estado. Em declaração dada ao Jornal O Globo ele disse que "o sniper é usado de forma absolutamente sigilosa. Eles já estão sendo usados, só não há divulgação. Quem avalia se vai dar o tiro na cabeça ou em qualquer outra parte do corpo é o policial. O protocolo é claro: se alguém está com fuzil, tem que ser neutralizado de forma letal imediatamente".
A despeito dessa declaração o Nexo Jornal divulgou que "segundo a Agência Brasil, no mesmo dia da entrevista em que Witzel diz que atiradores já estão agindo sigilosamente, o Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro enviou ofícios para o governador e para os secretários da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, e da Polícia Militar, Rogério Figueiredo Lacerda. Os promotores querem saber se há de fato a ação de snipers. Os cargos dos secretários das polícias são novos. Eles foram criados logo no início do governo, quando Witzel extinguiu a Secretaria de Segurança Pública, o que fez com que os então comandantes-gerais das polícias tivessem seus status elevados e concentrassem mais poderes."
Ao largo de toda discussão que  no entorno dessa declaração do ex-juiz federal e agora governador, vem junto os bordões do ‘bandido bom é bandido morto’ e ‘se um cara está com um fuzil em punho boa coisa ela não vai fazer’. E, vamos combinar que o sentimento atual da sociedade é exatamente esse. Os índices de violência alarmam cada vez mais e mais.
Os novos governadores, deputados federais e estaduais, senadores e até o presidente foram, boa parte, eleitos tendo como plataforma de campanha o combate olho por olho, dente por dente.
Não quero e não vou falar sobre as leis e todos outros vieses que giram ao redor do assunto. Quero contudo chamar atenção para o seguinte: essa posição do governador dá permissão para o estado matar o cidadão sem o devido processo legal que se deve seguir, sem contar que o estado brasileiro não adotou legalmente a pena de morte. Vejo nessa situação uma ruptura ainda mais grave ou tanto quanto ao que acontece com os casos da milícia, ou grupos de extermínios, como queiram chamar.Lembro-me que a proposta de muitos dos nossos legisladores, e do próprio presidente quando ainda era deputado, era que esses agentes do estado, usando aparato do estado e com anuência do estado, poria fim ao estado paralelo do tráfico de drogas. Hoje o que se vê é que as milícias suplantaram os traficantes e passaram eles a assumir a lacuna que o estado de direito deixou.
Se, na mente da população brasileira, é verdade que desejamos que haja pena de morte e que ela seja feita sem os devidos processos legais, sugiro que tomemos rápido dois caminhos: ou nosso legisladores aprovam leis para viabilizar esse fim, e a sociedade que se prepare para a barbárie generalizada ou sentemos em nossas casas e esperemos sentados até que o estado paralelo chegue a nós para cobrar uma conta que, em nome do fim de um mal, faz-se uma mal muito maior. Se não refrearmos essa onda agora, no futuro essa onda tornar-se-á um tsunami e nos engolirá fácilfácil.
Tenho dito!

Por
Fábio Christiano!
@fabiochristiano / fabiochristiano@gmail.com
Compartilhar Google Plus

Autor FÁBIO CHRISTIANO!

    Blogger Comentario
    Facebook Comentario

0 comentários:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

Mais visitadas